UM PEDIDO DE DESCULPA
É perturbador perceber como determinadas coisas me afetam.
Já tem um tempo que eu não escrevo e não penso nas coisas que vêm acontecendo na minha vida. E é impressionante como, com o tempo a gente vai criando uma casca, um escudo que te impede até de discernir as coisas e como elas te afetam.
Depois de muito tempo sem conseguir expressar meus sentimentos mais internos, eu percebi que meu escudo foi se tornando mais forte à medida que eu ia recebendo as pancadas da vida, e de repente, assim como quem conta uma piada de mau gosto, percebi que já não sinto mais essas pancadas, nem as percebo. E não é porque me tornei forte, e sim porque me acostumei à isso.
Não dedicar um tempo às suas batalhas ou aos ferimentos que elas vão lhe causando pode resultar em nada mais do que a perda total da batalha. Isso te adoece, te faz transbordar ferimentos, e eles se acumulam na garganta e fazem um nó, que desatados transformam-se em nascentes, que transformam-se em repentinas demolições de prédios sem aviso prévio, o que fere também aqueles que cuidam de você.
Aos que eu soterrei, desculpo-me.



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